“Como assim, o amor não existe?”
Houve uma vez um professor meu de Psicologia, o Professor Doutor Daniel Rijo, que disse em plena aula que o amor não existia. A polémica foi imediata e ouviram-se várias vozes: “Como assim, o amor não existe?”, “Eu amo a minha namorada”, “Eu amo o meu filho”, “Claro que existe”, … Com todas estas afirmações ele pediu que definíssemos o amor. A verdade é que cada pessoa que se atrevia a definir o amor, definia-o de uma maneira muito própria; ora dando-lhe uma versão mais romantizada e de enamoramento, ora dando-lhe uma versão mais fraternal e familiar. A quem descrevia o amor na versão romantizada, o professor perguntava “Então mas tu não amas o teu pai e a tua mãe?” e a pessoa percebia que a definição que tinha apresentado do amor nada tinha a ver com o amor que sentia pela sua família, ou até pelos seus amigos e amigas; no entanto dizia que também amava todas aquelas pessoas.
A definição de amor
Então o que é o amor? Experimenta pesquisar na internet por uma definição de amor e vais ver como te vão aparecer definições diferentes; e mesmo que identifiques lá algo, elas vão “saber a pouco”; vão parecer nada, quando relacionadas com o que tu sentes pelas pessoas que amas. Não é que não seja aquilo, mas é muito mais do que aquilo.
Tu consegues defini-lo bem, incluindo todas as pessoas que amas nessa definição? É difícil, não é?!
O amor é muita coisa
Os sentimentos traduzem-se por palavras mas muito mais por gestos, comportamentos, ações…. Presentes ou ausentes. O peso que o amor tem na nossa vida é imenso. O amor tem o poder de ser a lanterna em caminhos escuros, ao amor atribui-se milagres. O amor é alegria. O amor é felicidade! Não penses que isto é uma definição; é apenas uma descrição do que sinto, vejo e ouço por aí, nas pessoas que dizem que amam e que são amadas.
O amor saudável vrs. o amor patológico
A tua felicidade depende do amor mas, antes de amares quem quer que seja, tens de te amar a ti. Não podes amar uma pessoa sem te amares primeiro. Não pode o amor que sentes por uma pessoa ser a tua única razão de viver. O amor que nos traz felicidade é 100% saudável e sobredotado; vê bem (não é cego), ouve bem, é inteligente nas escolhas que faz e tem instinto de sobrevivência. Quando tudo isto falha está doente, é um amor que nos faz mal… que é patológico. Não te esqueças, para o manteres saudável ama-te a ti. Se a outra pessoa, que é o teu foco de amor, se amar e te amar, vai incentivar-te a isso.
Certezas acerca do amor, que não são definições
Uma certeza eu tenho, ninguém pode ser feliz sem amor.
Outra certeza… Não é porque não se consegue encontrar uma definição que satisfaça a todas as pessoas, que podemos dizer que ele não existe.
A última certeza é que tu sabes que ele existe. Mesmo que não o consigas transformar em palavras, consegues senti-lo; e isso é o mais importante porque ele não existe para ser definido, mas sim para ser sentido.
Ama-te, ama e sê feliz!
"Ao contrário do ouro e do barro, o verdadeiro amor, dividido, não diminui."
Percy Bysshe Shelley